O cérebro humano é a máquina mais complexa do Universo: contém 86 bilhões de neurônios, que podem formar 100 trilhões de conexões diferentes. Mas gasta pouquíssima energia, meros 20 watts (o equivalente a uma lâmpada).
O computador CL1, criado pela startup australiana Cortical Labs, tenta reproduzir esse milagre de engenharia da natureza: usa neurônios para rodar algoritmos digitais.
A Cortical Labs foi fundada por cientistas da Universidade Monash, em Melbourne, que em 2022 ganharam fama internacional após ensinar neurônios humanos (1) a jogar Pong, um game criado pela Atari em 1972.

Segundo a empresa, o CL1 pode ser usado de duas formas: em pesquisas científicas sobre o comportamento e as reações dos neurônios, ou para rodar algoritmos de inteligência artificial. Ele será lançado no segundo semestre, por US$ 35 mil.
Vem de fábrica com a primeira “carga” de neurônios, que dura cerca de seis meses (depois eles morrem, e é preciso comprar mais). A Cortical também irá oferecer um serviço de nuvem – permitindo que cientistas acessem o CL1 pela internet, sem precisar comprar uma unidade dele.
Fonte (1) ”In vitro neurons learn and exhibit sentience when embodied in a simulated game-world”, B Kagan e outros, 2022.